agosto de 2011
O maior desafio da empresa foi passar de sua gestão estatal para privada, e com isso ganhar o vulto que tem hoje. O programa mais ousado e de sucesso, no entanto, foram os E-Jets, com mais de 1.000 unidades vendidas em março de 2011, 12 anos após o seu lançamento em 1999 e apenas 7 anos após sua primeira entrega.
Os principais desafios do setor aeronáutico são a constante necessidade de investimentos em tecnologia e inovação para se adequar a este mercado tão exigente e caro, em que um erro de posicionamento pode custar muito para empresa devido à competitividade e volatilidade do mercado de aviação mundial.
A questão atual enfrentada é como manter a competitividade de um programa de tanto sucesso como o dos E-Jets, pois eventualmente o mercado pedirá por uma reformulação/repaginamento. Se decisões corretas e precisas não forem tomadas, poderá custar muito a empresa. Com a situação do câmbio no cenário de hoje, marcado pela apreciação do Real, a estrutura de custo, como a mão-de-obra brasileira, se torna mais cara, prejudicando todo o setor exportador brasileiro, como é o caso da Embraer.
A empresa sempre enfrentou concorrentes externos, e seu principal mercado é fora do país, porem a abertura de mercado no pais permitiu a entrada dos concorrentes. A concorrência no mercado vem aumentando a cada ano, e os próximos passos das lideres do mercado global, Airbus e Boeing, afetam as novas estratégias da empresa. Porém o cenário para aviação é favorável, apesar da recente alta de custos nos combustíveis, pois a tecnologia em desenvolver motores e aviões mais eficientes está a todo vapor, visto o grande sucesso do NEO da Airbus. Além disso os países emergentes (BRICs, e alguns outros) tem um potencial de desenvolvimento muito grande. Porém um grande problema para o crescimento do setor nestes países é a questão da infraestrutura.
Um ótimo exemplo para isso é o Brasil, que irá sediar a próxima copa em 2014 e uma olimpíada em 2016. Para tais eventos de grande porte, apesar de ser esperado um grande “boom” no desenvolvimento das infraestruturas, não é o que está sendo observado. Ou seja observa-se hoje aeroportos com pouca segurança, superlotados, operando acima da capacidade ideal e encarecendo todo o mercado, de transportes e não só da aviação. Ou seja não se pode contar com a demanda latente desses países para a compra de novos aviões e abertura de novos mercados, pois eles carecem de estruturas caras, complexas e demoradas para deslancharem.
A médio e curto prazo o pacote de produtos e serviços da empresa tem respaldo para manter uma trajetória de sucesso, porém crises econômicas muito profundas podem vir a afetar todo o setor de aviação no mundo. No longo prazo o desafio, como já foi proposto acima, é de continuar desenvolvendo melhorias seja na eficiência das aeronaves ou mesmo no lançamento de novos produtos. O mercado potencial para um grande crescimento existe, mas é muito disputado e em alguns casos ainda incerto quanto ao prazo de sua ocorrência.
O grande diferencial da empresa e seus produtos no mundo a qualidade e eficiência de seus produtos. São características muito importantes, neste setor em que falhas podem representar grandes acidentes e perdas humanas e financeiras. A empresa tem um ótimo posicionamento no mercado global. Os 4 grandes “players” do setor tem suas vantagens o que torna a briga pelos clientes muito acirrada.
A lógica da especialização econômica prevista pelas tradicionais teorias neoclássicas do comércio internacional se aplica ao setor, visto que as aeronaves possuem inúmeros componentes extremamente complexos. Daí, a formação deste “cluster” de empresas aeronáuticas na região, devido a necessidade da empresa de contar com componentes que outras empresas produzem, essenciais à aviões, com grande qualidade, tecnologia e confiança. De uma forma toda as empresas acabam por caminhar muito próximas umas das outras devido ao alto grau de especialização que é requerido neste mercado. Os produtos devem ter qualidade máxima, isso encarece o processo e dificulta o poder de barganha.
O setor aeronáutico na região é amplo e com isso percebemos o efeito da especialização e da melhor forma da redução de custos possível. Cada empresa está fazendo o que sabe de melhor e da melhor forma para obtenção de um produto extremamente confiável e com preços adequados. Sem a abertura comercial do país talvez não fosse possível a formação desta estrutura de mercado e setor seria composto de uma empresa que teria de fabricar tudo por conta própria e perder eficiência em custos e qualidade.
O que se observa é justamente o contrário e o Brasil é visto como um centro de referência em tecnologia e qualidade no setor aeroespacial devido ao grande modelo de sucesso nascido no CTA, da qualidade do ensino do ITA, e dos produtos e serviços de qualidade da Embraer e suas empresas parceiras na região de São José dos Campos e do acesso a fornecedores de tecnologia de ponta em todo o mundo, colocando o setor em pé de igualdade com seus concorrentes e permitindo o se diferenciar e ser melhor em sua especialidade e dessa forma podendo se destacar e apresentar um case de sucesso.
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