terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crise financeira internacional e a entrada de capitais na economia brasileira


(Felipe Celani)

A chamada crise financeira internacional de 2008 começou nos Estados Unidos e afetou praticamente todos os países do mundo. O auge dessa crise ocorreu em setembro de 2008, quando alguns bancos e instituições financeiras começaram a registrar prejuízos, ocasionando a falência de algumas dessas instituições.

O início da crise ocorreu através do setor imobiliário dos Estados Unidos devido ao crédito em excesso e aos juros baixos, que levaram a grande valorização dos imóveis. Isso fez com que houvesse um estímulo para a compra e financiamentos para que a aquisição da casa própria fosse realizada. Os bancos, na maioria das vezes, ofereciam instrumentos financeiros vinculados às hipotecas, usando o imóvel para o pagamento da dívida.

Com a ameaça de retomada da inflação, os juros foram elevados pelo banco central americano, fazendo que as mensalidades cobradas pelos bancos também aumentassem. Ao mesmo tempo, o valor dos imóveis despencou, levando a um aumento da inadimplência e, com isso, os títulos das hipotecas perderam seu valor.

Com o decorrer do tempo o problema aumentou, se espalhando para outras áreas da economia e para outros lugares do mundo. Alguns bancos em melhores situações compraram outros praticamente falidos e os governos de vários países injetaram dinheiro no sistema bancário para que mais instituições não fossem prejudicadas.

Para evitar novos calotes, os bancos aumentaram a taxa de juros, consequentemente, diminuindo o investimento das empresas e a diminuição do consumo da população.

Com a diminuição dos investimentos as economias tinham uma menor capacidade de expansão, pois o crescimento de algumas empresas não acontecia, pois nada podia ser financiado. Essa situação fez com que diminuíssem o número de empregos, fazendo com que o consumo diminuísse, afetando o desempenho de toda a economia.

O Brasil não sentiu tanto os reflexos da crise devido a sua história econômica, como a troca de planos. Isso pode ser explicado também pelo Brasil ser um dos poucos países capazes de enfrentar uma modificação no seu modelo de desenvolvimento de forma incorporadora, mudando o pensamento de submissão ao pensamento único às práticas neoliberais. Por isso mesmo com uma economia menor e mais dependente do comércio exterior, o Brasil tinha mais possibilidade de resistir e ultrapassar a crise do que muitos outros países.

Mesmo com a grande retração ocorrida no ano de 2008 o investimento estrangeiro no Brasil aumentou cerca de 20,6%. Esse crescimento pode ser explicado pela forma como o Brasil foi afetado pela crise. A economia brasileira não chegou a sofrer tantos danos como grandes países, que chegaram a ter importantes bancos decretando estado de falência. Isso fez com que a população brasileira não perdesse tanto.

O Brasil passou a receber maior confiança do mercado mundial pela forma como encarou a crise, estimulando o mercado ao consumo interno. O brasileiro passou a comprar mais a partir do maior acesso ao crédito e redução de impostos, além dos programas governamentais de fomento para indústria e microempresários.

A crise fez com que diminuíssem a busca por produtos brasileiros no exterior, apresentando uma grande queda na venda de mercadorias. Outro ponto foi a diminuição de investimentos de algumas empresas no Brasil. Se não houvesse essa retração na economia os números de 20,6% de aumento de investimento estrangeiro no Brasil poderia ser maior.

Por esses motivos o Brasil foi um país que reagiu bem à crise financeira mundial e não teve tantos problemas para passar por ela. Isso fez com que o país fosse bem visto por outros para receber investimento, fazendo com que sua economia crescesse mesmo diante de uma queda na economia do resto do mundo.

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