terça-feira, 26 de junho de 2012

Contextualização histórica da Bolsa de Xangai

(Maria Girleide Balbino)

Após o termino da guerra do ópio em 1842, iniciou-se os investimentos financeiros na china, através do tratado de Nanquim. Mudando assim a relação da china com o restante do mundo, onde ao final de 1860 se deu início as negociações de títulos de Xangai. Em 1866 originou-se a primeira lista de compartilhamentos, sendo importante na evolução do setor bancário e fortalecendo a crescente reputação do mercado de investimento de Xangai.

Com o aumento das ações de mineração em 1891, o pais chinês inaugurou a sua primeira bolsa em Xangai. Dividindo-se posteriormente em duas, a "Shanghai Securities and Commodities Exchange" e "Shanghai Chinese Commercial Exchange", que seguiam sempre unidas, até que em 1929 resolveram se fundir e fundar oficialmente a Bolsa de valores de Xangai.

As ações de mineração tiveram uma queda no ano de 1920 deixando de ser o estoque principal que movimentava a bolsa de valores de Xangai, com isso foi substituída pelas plantações de borracha. Apoiados por investidores chineses e estrangeiros em 1930 a bolsa de valores modificou a sua linha de investimento, passando a investir em ações, títulos do governo e futuros. Transformando-se no centro financeiro no extremo oriente.

Entretanto, com a revolução comunista, o país se viu obrigado a fechar as portas de comunicação com o mundo, encontrando-se sem nenhuma bolsa nas primeiras décadas do regime comunista. Com a entrada de Deng Xiaoping no governo, o país reiniciou a interação com o mundo exterior o que resultou na substituição da antiga economia controladora comunista para a economia socialista. A partir disso foi fundada em 26 de novembro de 1990 a Shanghai Stock Exchange (SSE) porém iniciou suas atividades em 19 de dezembro do mesmo ano.

A SSE é organização sem fins lucrativos, dirigida pela China Securities Regulatory Commission (CSRC), onde pode ser negociados ações, fundos e títulos na bolsa, tornando assim a SSE uma importante ferramenta para a livre abordagem do mercado chinês.

A bolsa de Xangai é composta por duas principais formas de comunicação:

- A-shares: só é permitido investimentos dos cidadãos chineses. Fechado para investidores estrangeiros; · B-Shares: aberto somente para estrangeiros, utilizando moedas estrangeiras, (dólares norte americano em Xangai e dólares locais em Hong Kong e em Shenzhen;
As A-Shares são cotadas em Yuan, sendo utilizadas fundamentalmente por empresas e cidadãos chineses, cujo investimento estrangeiro é limitado. Já as B-Shares por serem abertas ao mercado exterior, são cotadas em moeda estrangeira, principalmente o dólar norte americano. Essas duas formas de comercio se completam, pois atendem os dois campos de comércio, o interno e o externo.

A relação entre Bolsa de Xangai e Bolsa de Hong Kong difere pela última se especializar em operações de investidores estrangeiros. A bolsa de valores de Hong Kong adota outro sistema de negociação o chamado “H-Shares” que tem o seu investimento focalizado principalmente no mercado estrangeiro.

Diferente da bolsa de Xangai, Hong Kong apresenta um mercado bastante acessível aos investidores estrangeiros que pretendem empreender ações nas empresas chinesas. Alcançando aproximadamente USD 9 bilhões em liquidez no fluxo diário, onde aproximadamente 4% (US$ 380 milhões em média) vem das transações de “H Shares”.

As empresas que adotam o sistema que aceita o investimento estrangeiro (“H Shares”) tem que se cumprir requerimentos específicos, que estão obrigatoriamente de acordo com as exigências regulatórias determina por Hong Kong, indo de encontro com as melhores práticas determinadas pelos mercados internacionais.

Atualmente o Xangai Stock Exchange é a maior bolsa de Valores da China e a 5ª do mundo e a de Hong Kong é a segunda maior da China e a 7ª maior do mundo. Ou seja, ambas representam grande importância no cenário econômico mundial.

Referências:


HEYWOOD, Tony. A bolsa em Xangai uma breve história. Finance Sound. Disponível em: http://financesound.com/pt/finance/319474/. Acesso em: 02 jun 2012.


CARVALHO, Mônica Rocha de. Entre dois BRICs. RAE FGV. Economia. VOL.6, Nº5. SET/OUT. 2007. Disponível em http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/4997.pdf. Acessado em: 03 jun 2012.

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