segunda-feira, 25 de junho de 2012

FONTES INTERNACIONAIS DE FINANCIAMENTO - o caso brasileiro

(Rayssa Madeira)
          Quando verifica-se a necessidade de investimento a ser realizado na instituição, utilizam-se fontes para financiar tal investimento. A partir desse momento a empresa deve escolher se este investimento será interno ou externo. Se a empresa optar pelo investimento interno, ela deverá abrir capital. Ou seja, aceitar que novos sócios ou acionistas entrem com capital no negócio a partir do aumento e vendas dessas ações. O investimento externo, no Brasil, se caracteriza por obtenção desse dinheiro por terceiros, ou seja, bancos, instituições de crédito,programas de incentivo do governo e etc. No entanto, para obtenção de financiamento, é importante considerar e abordar as fontes de financiamento internacionais.

           As fontes de financiamneto internacionais podem dividir-se em dois grandes grupos. Primeiro, podemos citar as representadas pelos organismos de composição internacional como: Banco Internacional de reconstrução e desenvolvimento, Fundo Monetário Internacional, Fundo Especial das Nações Unidas. Segundo, as representadas por instituições de crédito.

Fontes representadas pelos organismos de composição internacional:

           O Fundo Monetário Internacional surge do resultado da conferencia realizada em Bretton Woods em 1944. Vem a ser uma instituição destinada a colaborar na manutenção do equilíbrio dos balanços de pagamentos. Duas foram as propostas apresentadas na citada conferencia. A primeira de autoria do economista inglês J.M. Keynes, preconizava o estabelecimento de uma união internacional de compensação com base em uma moeda de containternacional denominada "bancor". A segunda foi criada por H.D.White, funcionário do tesoura dos estados unidos que sugeria a criação de dois organismos sendo o primeiro um banco de inversões a longo prazo e o segundo um fundo de estabilização através de uma unidade monetária definida peso-ouro.

         O FMI procura atingir esses objetivos, fornecendo aos países filiados os necessários recursos em divisas bem como colocando a disposição dos mesmos técnicos que os aconselhem e ajudem a resolver seus problemas financeiros e monetários.

          O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento( BIRD), também conhecido como Banco Mundial, vem a ser outro organismo que apareceu junto com o FMI como resultado da conferencia de Bretton Woods. O BIRD nada mais é, por conseguinte, do que um organismo fornecedor de créditos a médios e longos prazos, agindo como captador de capitais internacionais para investimentos produtivos em países subdesenvolvidos. No caso de não conseguir esses recursos ele poderá emprestar parte do seu próprio capital.

          A Corporação Financeira Internacional, criada em 1956, como organismo filiado ao banco internacional de reconstrução e desenvolvimento, tem por finalidadecomplementar as atividades deste ultimo estimulando o desenvolvimento das atividades privadas nos países membros especialmente naqueles menos desenvolvidos.

       A Associação Internacional De Desenvolvimento, organismo filiado ao banco internacional de reconstrução e desenvolvimento iniciou suas atividades em setembro de 1960 com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, incrementar a produtividade, e desse modo, elevar o nível de vida das regiões menos desenvolvidas, suas atividades portanto se assemelham as do BIRD, porem a AID concede financiamento em condições mais flexíveis que o banco. Seu capital e constituído de quotas subscritas pelos países associados num montante semelhante ao do BIRD. Embora a AID seja uma entidade jurídica própria com recursos próprios , esta estreitamente vinculada ao BIRD.

          O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
tem por objetivo primordial contribuir para acelerar o desenvolvimento econômico, individual e coletivo dos países membros. O BID pode conceder empréstimos para assistência técnica a governos, empresas públicas e privadas. Podem solicitar empréstimos ao BID, os governos dos países membros (com as exceções já mencionadas), suas divisões políticas, entidades públicas e privadas localizadas em seus territórios.

          Normalmente, o BID não financia mais de 50% do custo do projeto, embora em casos especiais essa participação possa atingir até 90%. As taxas de juros são, no momento, de 8,35% ao ano para as operações financiadas com recursos ordinários e de 1% a 4% ao ano para as operações do Fundo de Operações Especiais. Os prazos variam de `0 a 25 anos para o primeiro tipo de operações, podendo atingir até 40 anos para as operações do segundo tipo.

      Existem ainda agências financiadoras bilaterais, como aquelas oriundas de governos nacionais de países como o Canadá, a França e os EUA, entre outros, disponibilizam auxílio entre si com vistas ao desenvolvimento. Um dos mecanismos utilizado são acordos de cooperação técnica internacional, intermediados pelos escritórios ou asagências de cada governo nos outros países. A implementação e negociação dos programas e projetos éfeita de acordo com os acordos assinados pelo Brasil em âmbitointernacional.O financiamento bilateral pode também, ser dado diretamente a uma parceira não governamental, para a operacionalização de uma determinada atividade.

As empresas podem funcionar como fonte de financiamento, complementando as fontes multilaterais citadas acima. A grande acumulação de recursos pode estimular que empresas atuem no
financiamento de outras empresas ou projetos. No entanto, por possuir uma rede complexa, e objetivos diretamente atrelados a sua missão, algumas empresas internacionais se mostram dispostas a financiar projetos de responsabilidade socio-ambiental. Além disso, algumas empresas podem financiar outras empresas ou até mesmo estabelecer parcerias que impactem de maneira equivalente a um grande financiamento.

Um caso brasileiro: Projeto Cooperar. Este projeto compõe uma política de combate à pobreza formalmente da iniciativa de um estado nordestino, a Paraíba. Tal Projeto é um exemplar de um amplo programa de combate à pobreza no Nordeste, financiado pelo Banco Mundial, o Northeast Rural Poverty Alleviation Program – Programa de Alívio da Pobreza Rural no Nordeste. Detentor dos recursos para empréstimos a esses estados, o Banco Mundial determina não apenas o sentido estratégico das políticas de desenvolvimento, como a aceitação e a legitimação dos seus conceitos e análises sobre a realidade brasileira e nordestina. O caso das políticas de combate à pobreza exprime mais um capítulo no turvo enredo do consenso gestado (pelo alto, como sempre) a respeito das alternativas no campo dos debates sobre o desenvolvimento econômico e social. E isso não pode deixar de ser visto como perda de soberania do Estado brasileiro, visto agora, no caso aqui analisado, sob o ângulo de um dos entes federativos prisioneiros de uma armadilha que eles próprios (os estados nordestinos) ajudam a manter, reproduzindo-a ao aceitarem as formas de controle e orientações estratégicas de agência de financiamento externas.

      Nesse projeto, o governo paraibano não tem intervenção alguma quanto à concepção e os chamados delineamentos estratégicos, atuando muito mais como um organizador da estrutura administrativa e repassador de recursos às comunidades.

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