terça-feira, 26 de junho de 2012

SISTEMA DE FRANQUIAS (Franchising)

(Maria Girleide Balbino)


O termo franchising derivou da palavra franca que significava direito ou privilégio. Ao longo do tempo ela passou a ser utilizada como uma estratégia utilizada pelas empresas para expandir seu mercado de atuação de maneira eficaz e eficiente, ou seja, sem nenhum gasto.
       Visto que a internacionalização de franquias no mercado tem estado em ascensão, decorrente a isso, o presente texto tem por objetivo esclarecer a utilização desse sistema no âmbito global. Partindo da sua definição e contextualização nas empresas atuais. E exemplificando a sua utilização no mercado internacional de comércio.
       As origens do termo prendem-se à era feudal européia, quando
havia cidades onde a circulação de bens e pessoas era livre, pois não precisava pagar taxas e impostos ao poder central ou a igreja, com isso passaram a ser chamar francas. Com o passar dos anos a palavra passou a ser usada como sinônimo de direito ou privilegio, que era concedido pelo monarca aos nobres, privilégio esse que lhes dava direito de cobrar taxas dos servos. Parte dessas taxas era repassada para a corte em troca da assistência, que anteriormente era garantida pelos vassalos, extraindo dos reis a missão de proteger o território de seus inimigos e garantir a ordem local.  Ao longo do tem o palavra foi ganhando derivações, entre as quais franchising que passou a ser sinônimo de concessão de direitos.
Franchising é conhecido atualmente o como uma estratégia utilizada pelas empresas para expandir seu mercado de atuação de maneira eficaz e eficiente, ou seja, expandir seu negocio sem nenhum gasto, isso seria possível através da concessão do direito de uso da marca por um terceiro, toda via, a empresa concede permissão dos direitos de venda de seus produtos ou serviços para pequenos comerciantes. Isso aconteceu por meio da concessão de franquias, pois ela cobrava uma taxa dos comerciantes para que usassem sua marca.
        É interessante notar que o sistema de franchising se baseia numa relação contratual, pois a estratégia da franquia se refere a uma relação contratual que é desenvolvida entre duas partes, o franqueado e o franqueador. Dessa maneira, a franquia assume o papel de uma alternativa de ação cooperativa em que as firmas concordam em compartilhar riscos e competências.
         O atual cenário econômico marcado pela competitividade acentuada uma das estratégias racionais cada vez mais comum é a internacionalização, através da abertura de subsidiárias em outros países, ou seja elas estão interessadas em expandir seus investimento mundo a fora.
         Segundo o diretor da ABF, Ricardo Camargo, entre os anos de 1998 e 2005, a vinda de franquias internacionais ficou estagnada, mas desde 2007 há um aumento considerável nesse número, que passa a ser de pelo menos uma franquia por mês. Esso se deve ao fato do mundo estar passando por um período de crise, onde inúmeras empresas buscam a sobrevivência nesse mercado que tem se mostrado cada vez mais voraz.
          Com isso a expansão no exterior se torna mais frequente já que favorece a afirmação das empresas em outros países, investimento esse que denominamos de franquias internacionais, as empresas concedem o direito de uso de sua marca a terceiros.
          Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a América Latina é responsável por grande parte da recepção de franquias, principalmente vindas da América do Norte. Somente o Brasil é responde por 50% dessas franquias e as demais se dividem principalmente entre Argentina, Chile, Venezuela e Colômbia. Resultado do crescimento substancial do mercado consumidor, devido ao fortalecimento da classe C, o que possibilita com que essas empresas saiam da crise.
         Grande parte das empresas norte americanas trabalha sobre o sistema de franquias, chegando ao país com muitos planos de expansão, pois com o crescimento da economia nacional e fortalecimento da moeda local, facilitaram a importação e a chegada dessas redes.
        A internacionalização das franquias é uma tendência mundial, segundo o consultor Paulo César Mauro, da Global Franchise. “Isso é irreversível. Vamos ter a entrada de várias marcas e conceitos estrangeiros no Brasil nos próximos anos, e teremos também a expansão das franquias brasileiras para o exterior”, afirma Mauro. Muita gente se questiona se é seguro adquirir uma franquia estrangeira. Para o consultor, é mais seguro abrir uma franquia de fora do Brasil hoje do que há quinze ou vinte anos, quando o mercado era ainda muito incipiente.
         Antes de ir em busca de uma marca internacional, veja as dicas do consultor e os cuidados necessários para que a operação obtenha sucesso:
        - confirmar se o produto ou serviço em questão é viável de se implantar no Brasil. Isso é feito por meio de uma pesquisa de mercado e, às vezes, é necessário um teste, que pode ser feito numa unidade piloto;
        - negociar muito bem as condições de implantação da franquia no Brasil, ou seja, os valores de taxa de franquia máster e das que serão vendidas no país; os percentuais a serem remetidos ao exterior como royalties e o cronograma de implantação das unidades, entre outros aspectos;
          - contrato bem feito, com orientação de advogados especializados na internacionalização de franquias. Detalhes como registros de contratos para remessa de taxas e royalties, registro de marcas, definição do fórum mais adequado, da corte arbitral, condições para rescisão do contrato e outras questões terão de ser analisadas com cuidado e por estes profissionais especializados. Litígios internacionais são muito mais complexos do que litígios nacionais;
         - avaliar se a operação envolve a importação de insumos, produtos ou equipamentos e verifique ou negocie a nacionalização dos itens que vão encarecer o produto final no Brasil;
         - contratar uma equipe para trazer o know-how para o país e fazer um excelente treinamento no exterior e na implantação da primeira unidade nacional;
           - agressividade na divulgação e expansão, levando em conta a capacidade de implantação de lojas da estrutura montada.

         Mesmo companhias experientes enfrentam obstáculos ao se estabelecerem por aqui. Um exemplo é a Subway, que chegou ao país em 1993, com 38 operações, e saiu em 2002, com 2 lojas. Depois de um novo estudo, a rede conseguiu se estabelecer e já alcançou mais de 450 restaurantes. KFC, TGI Friday e Arby’s também desistiram do Brasil na primeira tentativa.
Quando se trata em conquistar uma fatia de mercado , a corrida para ocupar o mercado brasileiro tem a ver também com a pequena quantidade de redes internacionais que até agora fincaram bandeira por aqui. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), só 7% das 1.855 redes que atuam no Brasil são estrangeiras. “Essas redes querem estar em um dos cinco melhores mercados do mundo, com economia em franco desenvolvimento, política estável e poucas marcas internacionais”, explica Paulo Mauro César, da Global Franchise.
           A América Latina se destaca como continente receptor de franquias, principalmente da América do Norte e, estes países registram um grande potencial de crescimento do segmento, sobretudo, de marcas internacionais, conforme pesquisado em Tormo (2010).
          Além disso, constatou-se na mesma reportagem que, dos principais países da América Latina, o Brasil se destaca como sede no setor de franquias. Atualmente, 50% das franquias existentes se encontram no nosso país, os demais se dividem principalmente, entre Argentina, Chile, Colômbia e Venezuela.

 Referências

http://exame.abril.com.br/pme/noticias/10-franquias-internacionais-que-estao-de-olho-no-brasil


 http://exame.abril.com.br/pme/noticias/marcas-estrangeiras-procuram-brasil-para-driblar-crise?page=2&slug_name=marcas-estrangeiras-procuram-brasil-para-driblar-crise


 http://www.marketingviewer.com.br/franquias-internacionais/


 http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI83514-17209,00-CONFIRA+DICAS+PARA+ADQUIRIR+UMA+FRANQUIA+INTERNACIONAL.html

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